A Polícia Federal cumpre, nesta quinta-feira, 29, uma série de mandados de prisão temporária de pessoas próximas ao presidente Michel Temer.
As prisões são parte da Operação Skala, deflagrada nesta quinta. Foram presos o empresário e advogado José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente; Celso Grecco, dono da Rodrimar; o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi; e João Baptista Lima Filho, coronel aposentado da PM de SP.
As ordens de prisão temporária são do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, relator do Inq 4.621, que investiga irregularidades no decreto dos portos.
A Polícia Federal informou que, por determinação do STF ‘não se manifestará a respeito das diligências realizadas na presente data’.
José Yunes é amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer. Em 30 de novembro do ano passado, Yunes prestou depoimento à Polícia Federal, no inquérito dos portos. Na ocasião, ele relatou uma operação de venda de imóvel para o presidente Michel Temer.
Yunes é apontado pelo operador financeiro Lúcio Funaro, delator da Operação Lava Jato, como um dos responsáveis por administrar propinas supostamente pagas ao presidente. De acordo com Funaro, para lavar o dinheiro e disfarçar a origem, Yunes investia valores ilícitos em sua incorporadora imobiliária.
Em dezembro de 2016, Yunes pediu demissão do cargo de assessor especial da Presidência da República para, segundo afirmou, preservar a dignidade. Na carta de demissão a Temer, ele afirmou que viu seu nome "jogado no lamaçal de uma abjeta delação". "Repilo com força de minha indignação essa ignominiosa versão."
O empresário Antônio Celso Grecco é dono da empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, e é suspeita de ter sido beneficiada pelo decreto de Michel Temer de 2017. A PF faz buscas na Rodrimar, na zona portuária de Santos, e no apartamento de Grecco, na praia do Gonzaga.
Na mesma operação, foi preso o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi. Em maio do ano passado, Rossi informou ter conhecido o empresário Joesley Batista, do grupo J&F, controlador da JBS, durante o período em que foi ministro da Agricultura, entre abril de 2010 e agosto de 2011, e que prestou "colaboração remunerada" à companhia após deixar o cargo e passar pelo período de quarentena.
Foi preso, ainda, João Baptista Lima Filho, coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo. Ele ainda havia não se manifestado após tentativas da PF, ao longo de oito meses, de ouvi-lo no inquérito. Lima Filho, que tem 74 anos, apresentou pelo menos três atestados médicos para dizer que não tinha condições de ir à PF para prestar depoimento.
Os três também são muito próximos do presidente Michel Temer.
Comentários
Postar um comentário